Grupo Educação Patrimonial e Arqueologia

A Jornada Cultura e Patrimonio para Professores promove a reflexão e o compartilhamento de saberes acerca da cultura e do patrimônio do local

Na quinta-feira (22/06), a Associação Mestre Antônio Carpina (AMAC) recebe o evento promovido pelo GEPAR da Universidade Federal do Piauí (UFPI), sob a coordenação da Professora Elaine Ignácio e com apoio da PREXC. Membros da comunidade, professores e o ilustre veterano das ferrovias da região, Viturino Teotônio de Azevedo Neto, fizeram apresentações, dando início ao evento. Para promover a troca de conhecimentos e experiências sobre a cultura e o patrimônio de Bom Princípio do Piauí.

Durante a oficina de exploração arqueológica realizada na sexta-feira (23/06), crianças e adolescentes das escolas de Bom Princípio do Piauí e Buriti dos Lopes, estudantes do 6º e 8º ano, tiveram a oportunidade de se aventurar pelos arredores da associação com monitoria dos integrantes do GEPAR. Os alunos foram conduzidos em um passeio em busca de vestígios deixados ao longo do tempo pelos antigos habitantes da região.

Os jovens arqueólogos mirins descobriram coisas incríveis durante a expedição. Dentre os achados, destacaram-se pedras, tampinhas de plástico antigas e materiais que revelaram aspectos da antiga vida ferroviária do município. Esses artefatos proporcionaram aos estudantes um vislumbre da história local, permitindo uma compreensão sobre os modos de vida das gerações.

A atividade não apenas despertou o interesse das crianças e adolescentes pela arqueologia, mas também reforçou a importância de preservar o patrimônio histórico e cultural da região. Através dessa experiência enriquecedora, os participantes puderam aprender sobre a importância de valorizar o passado e de cuidar e respeitar o legado deixado por nossos antepassados.

A iniciativa da Oficina de Exploração Arqueológica, promovida pelo GEPAR, demonstra o empenho em estimular o conhecimento e a curiosidade dos jovens, proporcionando-lhes uma perspectiva única sobre o seu próprio local de origem. Essas atividades contribuem para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a preservação do patrimônio cultural, ao mesmo tempo, em que promovem uma conexão emocional com a história e identidade da comunidade.

Pela tarde, o grupo da oficina de exploração arqueológica recebeu a visita de alunos e professores do ensino médio. A professora Elaine Ignácio teve a oportunidade de compartilhar com o público sobre o que é a arqueologia e a importância cultural da ferrovia de Bom Princípio do Piauí, um aspecto desconhecido pela nova geração, mas que foi marcante na vida da geração passada.

Um dos momentos especiais do evento foi a presença de Viturino Neto e Raimundo Luiz de Carvalho, dois ex-trabalhadores que dedicaram 30 anos ao sistema ferroviário do estado. Durante a apresentação, o Sr. Raimundo Luiz emocionou o público ao compartilhar suas memórias e experiências sobre o funcionamento da ferrovia.

Ele conta como a ferrovia era vital para o transporte de mercadorias, como lenha, materiais de construção e derivados do babaçu, cujo óleo era exportado para a Europa. Além disso, a ferrovia também servia como meio de transporte para os passageiros se deslocarem de cidade a cidade, desde Parnaíba até Teresina.

Infelizmente, nos anos 90, as ferrovias do estado tiveram seu fim decretado pela Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e pelo Governo Federal. Essa decisão teve um impacto negativo na economia da região, frustrando os sonhos e esperanças da comunidade de ver a ferrovia voltar a funcionar.

Apesar das promessas feitas pelo atual Governo do Piauí sobre a retomada da ferrovia, a população local mantém viva a esperança. A desativação da ferrovia deixou um vazio na região, afetando não apenas a economia, mas também a identidade e a memória coletiva dos moradores. No entanto, eventos significativos como o JOCUPAP desempenham um papel crucial na preservação da história e da importância cultural da ferrovia, permitindo que a memória seja transmitida às novas gerações. Essas iniciativas valorizam o legado deixado pela ferrovia, fortalecendo a conexão emocional com o passado e inspirando a comunidade a manter viva a esperança de um dia ver a revitalização desse importante meio de transporte.